sábado, 17 de setembro de 2011

A Utopia

(você lembra?)

Mensagens que chegam. Assim, inesperadamente.
Me lembram histórias antigas que ainda não ouvi.
Presto atenção, suspendo o nariz, apuro o faro,
Porque breve é o tempo em que caminhamos lado a lado.

Ouço a música nova
Que vem no vento do sul e toca
As cordas do que pressinto... agora.

“O trem da utopia há muito partiu para o céu
deixando pra trás a terra,
todas as misérias.
Para quem ficou
Restou uma dura missão:
Construí-lo outra vez.” *


Leio Thomas Morus
Que me chega em edição de bolso
E no longo espaço de apenas um vôo
Preenche com sentido o que nem ouço,
Só sinto.

Porque mesmo na pequena ilha de Utopia,
Lá entre o sempre e o lugar nenhum,
ainda existe a guerra e a religião.
E por isso mesmo me pergunto
Qual pode ser o lugar da igualdade
Onde ainda reinam a Morte e Deus.
Ou dito de outro modo,
Homens sobre homens.
Poder de um sobre todos.

Quisera ser Homero
Saber fazer de poesia
Um épico eterno
Povoando a memória
e a inconsciência dos homens
através de línguas antigas,
há muito esquecidas.
Mas sou simplesmente um contador...
só posso contar pra você
de pontas que se unem
Inesperadamente.
De repente...
tocando muita, muita gente
Simultaneamente.

Desculpe-me.
Sei que minha rima é pobre
Mas só assim consigo rimar...
Eira com beira
Esteira com peneira
Besteira... bobeira...
Asneira com lesêra...
Porque entre a risada e a arte
Ainda fico com a primeira.


Por isso não me desconheça meu amigo.
Não tô baixando nessa infinita bubuia.
Ainda trilho o rumo,
mais ou menos inseguro,
daquela impossível ilha de Utopia.
Ainda sigo...
subindo o tortuoso rio que me guia.
desde o início...

Mas estou tranquilo.
Sei que não sou o único!
Ainda tem...
você também!
Mesmo assim escrevo
Como que pra você,
como que pra ninguém,
Porque me enternece menos
o raro que o comum.
E essa é a tristeza de meu coração.
Viver a contar dessa utópica ilha
que só existe na alma do homem
e em outro tempo
e outro lugar algum.

Para um amigo,
tão sutil e imaginário
como a própria ilha
que um dia povoou
meus sonhos...


* (CD Trem da Utopia de Alvaro Santi, musica de Gedson Meira)

Um comentário:

  1. Esse Miolo de pote,
    de miolo de pote quase não teve nada,
    virou papo sério, de repente, cordel ficou sendo, teve até um ritmo de rap,
    não teve marrapaz, mas, deu pra se deixar levar, suave como de bubuia...
    Em q pote é esse q tu tá bebendo?!
    bjs chefe!

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