sábado, 10 de março de 2012

O Mundo é dela!

Em homenagem ao dia da Mulher, tenho o prazer de anunciar que, depois de uma acirrada votação popular (aqui em casa), por unanimidade foi eleita a mulher do ano de 2012.



Ela chega assim, dia 06 de março, sem avisar. Tres dias antes da lua cheia, quando eu tinha certeza que haveria de vir. Dois dias antes do dia internacional da mulher, quando era de se desejar que viesse. Mas são assim mesmo as pessoas, ainda que seja apenas uma pessoinha ainda, não costumam obedecer as regras ou as convenções sociais, sejam elas da natureza, sejam humanas.
Ainda bem. Nem ouso imaginar o que seria da humanidade sem essa infinita capacidade de desobedecer. Talvez ainda estivéssemos vivendo em cavernas fazendo as mesmas coisas todos os dias: caçando, pescando, colhendo frutas e sementes, incapazes de desafiar o medo do escuro da noite, o pavor do calor do fogo, o terror do abismo oculto pra lá do horizonte.
Não tenho duvida. A capacidade humana de criar é a filha primeira da desobediencia. Mas, além disso, eu seria capaz de jurar que a desobediencia é uma criação feminina. Uma qualidade forjada e fortalecida ao longo de milenios de opressão masculina, pela força bruta em estado bruto, uma qualidade indubitavelmente inata dos homens.
Pois foi assim que ela chegou, desobedecendo. Mas, ao mesmo tempo preenchendo nossas maiores e melhores expectativas de que ela pudesse vir linda e perfeita. E é assim que é: perfeitamente linda. Apesar de ser só bochechas. Enormes, fofas e rosadas bochechas.



Ainda não fala, mal abre os olhos, mas imediatamente se tornou o centro e o motivo maior da vida de todos aqui em casa. A mãe parida e lenta, o pai atento e avexado, as avós derretidas e ligadas, as tias prestativas, os primos divertidos e barulhentos (como sempre, aliás), as amigas observadoras e animadas e faladeiras. Todos girando em torno desse pedacinho de sol em figura de pedacinho de gente.
E eu cá assim, me limito a olhar e gostar. Afinal, o que posso eu desastrado, desajeitado, agoniado pelo menor choro ou gemido, só atrapalhar. Dai que me limito a olhar e amar. Aliás, como é bom olhar ela dormindo com toda essa paz que transborda e contagia. Uma paz que eu também devo ter sentido um dia, há muitos anos atrás, mas havia esquecido completamente, até tornar a lembrar que existia quando nasceram os meninos.
De tanto olhar, não consigo evitar a pergunta: será que ela sonha? Ou melhor ainda, com que será que ela sonha? Não conhece nada da vida. Ainda não viu a luz, o mar, as flores, o céu, as montanhas, as cores. Mas, de algum modo que não sei explicar, sei que sim: ela sonha. Talvez sonhe ainda com o calor da barriga de onde veio, com as vozes que escutava abafadas lá dentro e que agora estão mais fortes, talvez sonhe com a própria vida que sente pulsando dentro dela cada vez mais intensa. Pode até ser que já tenha começado a sonhar com esse mundo estranho, recem-descoberto e que já lhe provoca dores, medos, desconfortos, fome, frio e um monte de coisas que desconhecia.



Mas não precisa ter medo menininha. Sonhe também com o amor que todos nós, que estamos a sua volta, sentimos. E saiba... Pra voce só sonhamos com o melhor da vida... Siga desobedecendo (acho que sua mãe não vai gostar muito dessa parte) e sonhando pois sua luz já é tanta que inundou por inteiro nossas vidas... e que o espirito feminino que rege o mundo (felizmente) lhe guie e proteja. Seja muito bem vinda Maria Isabel!

Obs: E assim a Sociedade secreta das irmãs Araujo ganha mais uma integrante. O que explica ela ter sido a premiada do ano: ainda não teve tempo de revelar o forte genio que deu origem à Assomau - Associação dos sofredores maridos das Araujo.

Um comentário:

  1. que delícia!!
    meu amigo, será que estou tão assim, ausente??
    não me lembro de ter te parabenizado pela princesa...
    mas infelizmente, não conheço tua família, a qual tratas de preservar de tuas infindáveis reuniões, nas quais, sem sombra de dúvida, são a maioria das vezes que nos encontramos pessoalmente.

    desculpe a gafe.
    mas, espero que em tempo,
    PARABÉNS!

    vc bem podia descrever uma breve autobiografia para os seus fãs-amigos saberem um pouco mais do historiador acreoca família.

    grande abraço!

    se Deus quiser, em agosto entro nesse time!

    ;)

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